sexta-feira, 26 de março de 2010

Lançamento em DVD de A Saga Crepúsculo: Lua Nova

Aproveitando o lançamento em DVD e Blu-Ray do filme A Saga Crepúsculo: Lua Nova (2009), apresento a crítica que escveri sobre este filme na época de seu lançamento nos cinemas.
Uma espera de quase um ano finalmente chega ao fim. Fãs do mundo inteiro aguardavam impacientes por este momento. Estreou ontem o tão aguardado A Saga Crepúsculo: Lua Nova, dirigido por Chris Weltz (A Bússola de Ouro), o segundo longa-metragem baseado na série de livros escritos por Stephanie Meyer, e que se iniciou com Crepúsculo, do ano passado.
Este novo filme dá continuidade aos eventos mostrados no primeiro filme. Bella Swan (Kristen Stewart) está cada vez mais apaixonada pelo vampiro Edward Cullen (Robert Pattinson), que continua relutante em se manter próximo a ela, mesmo nutrindo os mesmos sentimentos pela jovem. O início do filme apresenta uma interessante visão dessa relação, com Bella buscando a imortalidade para jamais se separar de seu amor, enquanto que Edward luta a todo instante em dar a ela essa condição. A cena inicial é bem próxima ao texto de Meyer, e uma das melhores do filme. Mostra a ação do tempo em relação a mortais e imortais.
Essa relação marcada por amor e morte entre os dois personagens encontra seu maior obstáculo a partir do instante em que Bella se fere na festa de aniversário preparada pelos Cullen. Ao se cortar com um papel, ela é quase atacada por Jasper (Jackson Rathbone), o mais novo dos “vegetarianos”. Esse incidente faz com que Edward decida se distanciar de uma vez por todas de seu amor. Mesmo sofrendo, ele diz que ela não “é boa o suficiente para ele” e vai embora, sendo perseguido em vão por Bella.
A partir daí, o filme toma outro rumo. Bella angustiada e sofrendo pela ausência de seu amado, passa os meses trancada dentro de sua própria dor, buscando fugir do mundo à sua volta. A atriz Kristen Stewart possui um ar natural de garota depressiva, sempre demonstrando um olhar soturno e tristonho, e passa essa condição na tela, ainda que esta não seja a sua melhor atuação, considerando outros trabalhos realizados por ela, como no drama Doces Encontros, ou sua rápida participação em Na natureza selvagem, ambos de 2007. Mesmo assim, ela se mostra mais confiante e à vontade no papel, construindo uma Bella mais verossímil do que no filme anterior, mesclando momentos de total fragilidade com instantes de força superior.
Já quase consumida por seu sofrimento, ela encontra no amigo Jacob (Taylor Lautner), membro da tribo dos Quileute, uma nova esperança de vida. Jacob sente que pode se aproximar da garota que sempre amor, mesmo tendo que enfrentar uma condição comum aos membros de sua tribo. Mesmo passando muito tempo com Jacob, Bella não consegue esquecer Edward e busca no perigo uma chance de reencontrá-lo, pensando que talvez diante de uma situação de risco, ele surja para salvá-la. A todo instante, Edward alerta Bella para que ela não faça nada de imprudente. Isso é mostrado no livro, através da voz do vampiro na mente de Bella. Já no filme, para garantir uma presença maior de Pattinson na tela, os produtores transformaram essa voz numa espécie de manifestação fantasma do vampiro diante da garota.
O distanciamento entre os dois faz com que Bella tente uma última e desesperada chance de reencontrar seu amor, se atirando de um penhasco em direção ao mar. Alice, “irmã” de Edward, que pode ver o futuro, volta para Forks antes que ela morra. Isso não impede que Edward pense que sua amada tirara a vida. Diante disso, ele vai à cidade italiana de Volterra, lar dos Volturi, a mais tradicional família de vampiros, honrada e temida como membros da realiza dos sugadores de sangue, para revelar aos humanos sua condição e com isso, receber a punição dos líderes vampíricos, que não permitem que um vampiro revele-se aos mortais. Bella e Alice (Ashley Greene), fazendo-se um trocadilho, cada vez mais bela, vão ao encontro de Edward, para impedir que ele encontre seu fim.
Os Volturi são os personagens mais interessantes do filme, pois são apresentados como guardiões dos vampiros. A tradição é uma condição presente nesses personagens, que são mostrados como uma família nobre, com seus líderes e seguidores, todos dotados de extraordinários poderes, como por exemplo, a capacidade de provocar dor apenas com o olhar, possuída por Jane, vivida pela excelente jovem atriz Dakota Fanning, num papel descrito por ela mesma como “estranha e assustadora”; força descomunal, como a do guarda Félix, interpretado por Daniel Cudmore (que viveu o mutante Colossus nas duas sequências da série X-Men); “ver” os relacionamentos entre as pessoas e sua força, capacidade de Marcus, papel do ator Christopher Heyerdahl, com aparência de vampiro clássico, ou ouvir todos os pensamentos que uma pessoa já teve, como faz Aro, vivido pelo ator Michael Sheen, que curiosamente, interpretou o líder dos lobisomens (lycans), Lucian, na série Anjos da Noite: Underworld. Esses dois últimos fazem parte do trio de vampiros supremos do clã Volturi, juntamente com Jamie (Campbell Bower).
Ainda em relação aos vampiros da trama, é importante destacar a presença dos demais membros da família Cullen, especialmente Alice, cuja participação é maior neste filme e fundamental para os eventos narrados nos próximos. Ainda estão no filme os “nômades” remanescentes, Laurent (Edi Gathegi), buscando se aproximar de Bella neste momento em que ela se encontra desprotegida, e Victoria (Rachelle Lefreve), com sede de vingança contra aqueles que mataram seu companheiro James (Cam Gigandet). Como curiosidade, a atriz Rachelle Lefreve foi dispensada pela Summit, produtora da série, segundo ela mesma, e será substituída por Bryce Dallas Howard (A Dama da Água, Homem-Aranha 3 e O Exterminador do Futuro: A Salvação) no terceiro filme da saga, Eclipse, previsto para Junho de 2010.
Em relação ao filme anterior, A Saga Crepúsculo: Lua Nova é superior, tanto pelo desenvolvimento dos personagens, quanto pelas cenas de ação, principalmente, quando são apresentados os Volturi. Mesmo assim, uma característica do primeiro filme ainda se mantém: algumas cenas são longas e um tanto arrastadas, sobretudo, quando Bella está com Edward ou com Jacob. Mas nada que comprometa o resultado final, ainda mais que o grande público deste filme é formado por adolescentes, sobretudo, meninas, que ocultam qualquer eventual falha de roteiro ou montagem do filme pelos gritos e suspiros ao ver os ídolos Robert Pattinson e Taylor Lautner cada vez que eles surgem na tela.
Mesmo com cenas “arrastadas” em alguns momentos, o resultado final é positivo, pois determinadas cenas e a trilha sonora competente fazem com que este filme esteja num lugar merecido entre as melhores produções do ano. A passagem dos meses diante de Bella, estática na cama, mostrando toda a expressividade do rosto de Kristen Stewart, ou a bela cenografia garantem um espetáculo que entretém e agrada. Isso se você não for um purista e não ligar para a forma com que Stephanie Meyer trata os mitos de vampiros e lobisomens.
Se você não se importa com um vampiro que sai ao sol e ao invés de se queimar, brilha como diamante, nem com jovens que num piscar de olhos mudam sua fisiologia humana para a de lobos gigantes, este filme não causará mal algum. Mas é preciso que seus ouvidos estejam preparados para agüentar os gritos das fãs a cada aparição dos personagens masculinos. Pelo menos, o público masculino pode apreciar a beleza e sensualidade de Kristen Stewart, o mistério dos olhos de Ashley Greene, o ar angelical e perigoso de Dakota Fanning, além de rápidas, mais marcantes presenças de Nikki Reed (Rosalie Cullen), da já mencionada Rachelle Lefreve e a presença instantânea de Heidi, aquela que traz os humanos aos Volutri, interpretada por Noot Seear, tudo isso cercado por uma história bem adaptada, belas locações e clima de romance e aventura. Um filme que vale a pena ser apreciado, por fãs e não-fãs desta nova investida vampírica no mundo dos mortais.

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